Num dos posts anteriores, escrevi sobre três livros muito bacanas que eu li durante o segundo semestre de 2019 e que, em minha opinião, certamente muitos de vocês iriam gostar. Os livros são os seguintes:
1. Paz, amor e Sgt. Pepper: os bastidores do disco mais importante dos Beatles (em português)
Autor: George Martin
Com: William Pearson
Tradução: Marcelo Fróes
(2017) Sonora Editora, 214 páginas
ISBN 978.85.5762.002.5
2. Here, there and everywhere: minha vida gravando os beatles (em português)
Autores: Geoff Emerick e Howard Massey
Tradução: Renato Rezende
(2013) Novo Século Editora, 480 páginas
ISBN 978.85.428.0155.2
3. Abbey Road: the recording studios that became a legend (em inglês)
Autores: Brian Southall, Peter Vince e Allan Rouse
Apresentação: Paul McCartney
Prefácio: George Martin
(1997) Omnibus Press, 208 páginas
ISBN 0.7119.6166.2
Estes três livros, em minha opinião, são especiais por não tratarem especificamente de acústica, mas por contarem em detalhes o início, as primeiras experiências, as limitações técnicas e o desenvolvimento do processo de gravação multipista e da transição da mixagem em 1 canal (mono) para 2 canais (estéreo).
Hoje vou falar exclusivamente sobre o primeiro da lista, Paz, amor e Sgt. Pepper: os bastidores do disco mais importante dos Beatles (em português), lançado há 55 anos, em Maio de 1967. O livro que conta a história do disco, foi escrito por sir George Martin, um dos produtores musicais mais conhecidos e respeitados em todo o mundo.
George Martin começou sua carreira em 1950, depois de ter estudado na Guildhall School of Music e de ter tocado oboé profissionalmente em Londres. Sua experiência posterior, com o jazz e com o pop, levou-o ao cargo de gerente do selo Parlophone, da EMI, em 1955. Maestro, diretor, escritor e arranjador musical, Martin foi também um compositor de talento, responsável pela autoria de diversas trilhas sonoras.
Em 1962, seu destino cruzou o destino de 4 garotos cabeludos nascidos em Liverpool. Martin teve o privilégio de contratar os Beatles para a EMI e produziu quase todos os discos da banda (exceto um: Let it be), até sua dissolução, em 1970.
O livro é um dos principais documentos sobre os bastidores do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, com depoimentos exclusivos de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, além de material de arquivo de John Lennon, fotos inéditas e inúmeros detalhes sobre as atividades da banda e a gravação de cada canção do disco, durante o ano de 1967.
George Martin apresenta um delicioso painel da época e um relato fascinante de tudo o que cercou os seis meses de gravação de Sgt. Pepper: da escolha dos títulos das canções às revelações pessoais dos Beatles; das experiências e das inovações técnicas no processo de gravação à histeria dos fãs – tudo isso contado com a graça e a intimidade de quem viu, viveu e participou de tudo.
Logo nas primeiras páginas, Martin recorda que:
“...Sgt. Pepper foi como uma granada de fragmentação musical, que explodiu com tamanho impacto que ainda se faz sentir. Pegou o mundo da música pop pelo cangote, sacudiu-o com força e largou-o por aí, tonto mas com o rabo abanando. Além de alterar a forma como a música pop era vista, mudou para sempre todo o esquema das gravações. Nada remotamente parecido com Sgt. Pepper havia sido ouvido antes. Veio numa época em que as pessoas estavam sedentas por algo novo mas, mesmo assim, sua novidade pegou-as de surpresa!...”
Em suas 214 páginas, o livro traz histórias de canções, gravações, drogas e muita amizade, num ano mágico para a cultura pop. Quem viveu aquele verão de 1967 nunca irá esquecê-lo. Enquanto a aviação americana despejava 800 toneladas de bombas por dia no Vietnã, estudantes se agitavam em todo o mundo, de Paris a Berkeley, do Rio de Janeiro a Bombaim. Parecia que o mundo, dali por diante, seria outro.
Naquele verão, Londres estava de arrasar! Entre as manifestações de protesto, surgiam novas maneiras de ver a sexualidade, a política, a natureza e as relações humanas. Surgia, na verdade, uma nova maneira de viver, baseada em duas palavras: paz e amor.
No dia 1º de Junho de 1967, chega à cena cultural londrina (denominada Swinging London) o disco que iria se tornar o grande ícone pop daquela época: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, sem dúvida, o álbum mais importante dos Beatles.
O álbum revolucionou o mundo da música pop, por suas ousadias formais e por sua beleza estonteante, tornando-se para sempre a Sinfonia Hippie nº 1. Tudo nele era novo: o conceito, a capa, os arranjos, os instrumentos, o processo de gravação, as letras e as canções. Por isso, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band revolucionou, também, os corações e mentes daquela geração e das gerações que se seguiram.
Em minha opinião, a leitura do livro fica muito mais interessante quando feita ao som das canções do álbum. Se for um disco de vinil, com aquele atrito da agulha, melhor ainda. Senão, o som de CD ou do Spotify já serve. Para aqueles que tiverem curiosidade, o segundo CD do álbum Anthology 2, dos Beatles, traz uma série de gravações e takes feitos durante as sessões de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band que não fazem parte do disco lançado em 1967. Vale muito a pena ouvir junto também, para ter uma ideia do processo de construção dos arranjos, por exemplo.
Item obrigatório para os fãs dos Beatles e essencial para os estudiosos do rock e da música popular universal, há anos fora das prateleiras, agora autorizado pelos herdeiros do autor, o livro retorna ao mercado editorial brasileiro minuciosamente revisado e com atualização ortográfica. Disponível nas versões impressa e digital por preços que variam entre R$ 30,00 e R$ 45,00. Não perca!
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